Série Mitos: O mito da Roda do Ano


casal sagrado reina o Universo mantendo a harmonia existente desde o início dos tempos.
A Roda do Ano

Quando se aproxima o ápice do inverno, a Natureza reclama o retorno da luz do Sol, e implora a presença do Deus. A escuridão reina.
Ele, que se encontrava no submundo, após sua morte, retorna ao útero da Deusa, e é gerado por Ela, para uma nova vida.
Na noite do Solstício, Ela dá à luz o Deus, que é a Criança da Promessa. Ele retorna, trazendo esperança e renovação. Com o retorno do Sol, os dias começam a crescer e as horas de escuridão a diminuir. O Deus é glorificado em seu aspecto solar.
A Deusa é a Mãe, que carrega o Deus Criança em seu colo, e O apresenta à criação, como a promessa de um novo início, do ciclo que se renova.
Mas Ele é ainda uma criança, e deve crescer, por isso, a Deusa, que se recupera após o parto, O amamenta, protege e ensina, abrindo os caminhos para Seu retorno majestoso. À medida que a Criança da Promessa cresce com vitalidade, a luz aumenta e os dias se tornam mais longos. Renova-se a esperança e o Deus é festejado.
Depois de dar o alimento a seu filho, a Deusa torna-se então jovem, despertando a Terra para a vida, Por isso, a Deusa é a Senhora do Fogo do Conhecimento e da Inspiração.
A Deusa, que havia se entregado à carga do tempo, agora retorna à juventude, trazendo alegria para a Terra.
A Lua e o Sol equiparam-se, os Deuses são jovens e cheios de vitalidade, o dia e a noite tem a mesma duração.
O Deus é jovem e vigoroso e a Deusa é bela e fresca e os dois correm pelos campos junto com seus animais.
A Deusa está plena, e vive sua primeira menstruação. O sangue sagrado de seu útero verte sobre a Terra e a torna fértil, pronta para receber as sementes.
A vida desperta e os animais entram no cio. As plantas verdejam e florescem. A criação se rejubila com o retorno de Seus Jovens Senhores.
O Deus procura pela Deusa, sua amada, e a encontra correndo pelos campos. Ele a corteja e os dois se unem sobre a relva, sob o céu estrelado.
O Casamento Sagrado é celebrado. A Natureza está em êxtase, e se compraz com o amor de seus Senhores.
Os dois se entregam aos prazeres do amor e a semente da vida é plantada no útero da Deusa. Ela engravida, e gera o que será a promessa do retorno da vida.
O Deus se torna adulto, e em toda sua vitalidade reina soberano ao lado de Sua Senhora, que está grávida. Ela é pura satisfação e demonstra isso nas folhas verdes e lindas flores do verão.
O Sol chega a seu ápice, e o dia é o mais longo do ano.
Neste momento, o Deus inicia seu caminho em direção ao submundo, pois sua função fertilizadora está cumprida.
A natureza fenece novamente, e o frio se aproxima. O Deus começa a declinar, doando sua vida para nutrir a Criação. Ele é o grão e o animal sacrificado.
A criação agradece por suas dádivas fazendo oferendas ao Deus moribundo.
Ela é a sábia, que caminha ao lado de Seu amado, e o ampara, com amor e compaixão.
Novamente o dia e a noite tem a mesma duração e o Deus entrega seu corpo á foice do tempo.
Os últimos grãos são colhidos e armazenados para prover a criação no inverno que se aproxima.
As folhas caem e a Deusa se põe ao lado do leito de morte do Deus, que se prepara para abandonar este mundo e iniciar sua aventura rumo ao desconhecido.
A Deusa observa entre lamento e regozijo ao perceber que Ele está morrendo, ao mesmo tempo em que vive dentro Dela.
A morte chega e leva o Deus para o descanso prometido.
A Natureza sofre com o frio do inverno, mas agradece o sacrifício de Seu Senhor, pois terá provisões para sobreviver ao período.
A Deusa chora a morte de Seu amado, e o procura nas brumas do esquecimento. Ela viaja aos confins do submundo, e ultrapassa os portões da morte, para trazê-lo de volta.
Ela é a sábia, que conhece todos os segredos da vida, e Ele é o Senhor da Morte, que leva todas as almas para o descanso, antes de retornarem à vida.
Ele ensina a Ela a lição de que tudo deve morrer para renascer, e Ela mostra a Ele o caminho para retornar à vida.
Ela o toma, e o coloca em seu útero, que é o Caldeirão do Renascimento, iniciando o caminho de volta, para aguardar mais uma vez o retorno de Seu amado.
E assim a Roda gira.


OBS.: não achei a fonte original.

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